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sexta-feira, 3 de junho de 2011

RELIGIÃO E HISTÓRIA

Entender a história ou o ofício do historiador não é tarefa fácil. Marc Bloch, em seu livro inacabado Apologia à história, ao discorrer sobre sua utilidade, legitimidade e métodos nos alerta quanto a enorme diferença do que ele chama de “ciência histórica” em relação às ciências naturais. Segundo ele, a complexidade do humano é o que exige do historiador uma gama de conhecimentos muito amplos para poder abarcar todas as informações necessárias para a observação histórica.


Em nenhum momento da história humana o homem pode ser entendido sem a ajuda analítica de outras disciplinas que complementam as informações documentais analisadas pelo historiador. De fato, muitas vezes, quanto mais se recua no tempo, a escassez dessa documentação faz com que as principais fontes de análise e observação se tornem cada vez menos documentais, no sentido estrito da palavra. Dessa maneira, tentar entender, por exemplo, a ação e a importância da religiosidade em tempos remotos dependerá muito mais de uma análise, muitas vezes, arqueológica, do que documental.

O homem nem sempre pôde, através da escrita, deixar para as gerações futuras as suas crenças e tradições. Isto era feito através da transmissão oral, o que nos levaria a supor que os relatos dessa tradição antiga já conteria elementos por demais diferentes dos originais, muitas vezes descaracterizando-os por completo. Dessa maneira surgiram as lendas, os folclores, os mitos e, inclusive, as religiões.

A crença em um ser divino, superior, onipotente e capaz de modificar, ao seu bel prazer, a vida dos seres humanos, pode ser considerada tão antiga quanto a própria humanidade, ou quanto a própria consciência do homem de “ser humano”. Talvez o entendimento de si mesmo, como indivíduo, tenha trazido, como consequência, a ideia da limitação humana. Tal fato não é tão difícil de ser imaginado, haja vista a precariedade da vida na Terra há milhares de anos atrás e a força das intempéries naturais às quais esses seres estavam submetidos. Compreender a própria deficiência era ao mesmo tempo aceitar a superioridade de todos aqueles fenômenos ininteligíveis para os homens daquela época. Daí a visão de que a própria força da natureza constituía em si mesma uma divindade, um poder superior incompreensível e temido.

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