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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

10º CONGRESSO ESPÍRITA DO ES - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Salão lotado. Clima fraterno no ar. Pessoas se reconhecendo, se esbarrando, se encontrando. Tudo parecia muito familiar. Era mais um congresso espírita que começava no nosso estado.
Temas interessantes. Palestrantes conhecidos, tais como Raul Teixeira, Suely Caldas Schubert, Alberto Almeida, Haroldo Dutra Dias. Tudo parecia caminhar perfeitamente bem. Era uma festa que tinha tudo para dar certo. E deu!
O evento foi aberto com uma conferência de Raul Teixeira sobre o tema do congresso: mediunidade e O Livro dos Médiuns. Nada mais oportuno no momento que vivenciamos atualmente no movimento espírita.
Como em todos os eventos, os temas pareciam ter sido elaborados por coordenadores da esfera superior que orientaram os palestrantes a fim de que as mensagens principais fossem repetidas por todos eles. No caso em questão, o ponto mais abordado foi o estudo. Parece haver no movimento espírita uma aversão a qualquer esforço neste sentido. Apesar de já termos saído da fase fenomênica da doutrina, pelas falas dos palestrantes e pelas perguntas dos participantes, foi possível confirmar que este é um problema generalizado.



Raul Teixeira frisou esta questão inúmeras vezes pontuando casos e mais casos que teria presenciado onde a falta de estudos estava levando médiuns ao ridículo em diversas cidades do país.  Questões foram levantadas sobre qual deveria ser a postura do dirigente de casa espírita ao se deparar com médiuns que, devido a dificuldades de tempo, somente poderiam frequentar as reuniões mediúnicas. Soluções foram colocadas por diversos palestrantes, entre eles Jacira Abranches, responsável pelo DOM (Departamento de Orientação Mediúnica) da FEEES, que afirmou que uma das soluções seria a divisão do horário da reunião entre estudo e prática, podendo entrar somente aquelas pessoas que chegassem a tempo para o estudo e nunca somente para a reunião. Raul Teixeira foi mais incisivo e não menos correto ao dizer que se o médium somente pode ir à Casa Espírita uma vez na semana, então ele deveria ser orientado a frequentar o dia do estudo e não o da reunião, pois é o estudo que equilibra o médium, enquanto que a reunião sem estudo somente o desequilibraria ainda mais, assim como prejudicaria todo o grupo.
Outra questão muito bem pontuada foi com relação à forma como a mediunidade e o espiritismo tem sido encarados pelos espíritas. Segundo Raul Teixeira, o espiritismo virou uma eterna festa. As pessoas parecem não compreender sua seriedade e a necessidade de um verdadeiro comprometimento. O palestrante salientou as inúmeras condições impostas por muitos médiuns que vão à casa espírita somente quando não é dia daquele capítulo especial da novela, ou do jogo do seu time, ou não tem aquela saída com os amigos, nem aquele casamento, ou aquela festa de bodas, nem o aniversário de ninguém, e assim por diante. Outros palestrantes também frisaram que a mediunidade exige responsabilidade e disciplina e que não foi à toa que Emmanuel impôs a disciplina como sendo o único ponto das três condições básicas às quais Chico deveria se submeter para o trabalho na mediunidade.

Outras questões como a moral do médium e a mediunidade em todos os tempos da humanidade também foram abordados.

Suely Caldas Schubert em suas falas reforçou a necessidade da reforma íntima tanto como elemento essencial para a eficácia dos tratamentos de cura, quanto como profilaxia da obsessão.




O 10º Congresso Espírita capixaba não trouxe novidades técnicas no que se refere à mediunidade, no entanto, foi impossível não sair de lá com  a sensação de que ainda temos muito o que melhorar nos trabalhos que fazemos nas Casas Espíritas do estado. O evento nos deixou a sensação de que as novidades não precisam ser colocadas, pois ainda sequer aprendemos o básico sobre o assunto. Enquanto nós continuarmos a trabalhar de forma inconsequente, acreditando que a espiritualidade dará “um jeito” de nos amparar nas nossas deficiências (que, diga-se de passagem, insistimos em manter), enquanto nos escusarmos de ir mais além nos nossos esforços, nos nossos sacrifícios, alegando que não somos santos e que estamos longe de sermos perfeitos, enquanto permanecermos no mesmo degrau, a espiritualidade somente nos brindará com os mesmos temas e as mesmas dificuldades.
Ao insistirmos no erro, estamos nos condenando à estagnação. E esse não é um problema que deve ser resolvido somente pelos dirigentes, pois eles são responsáveis por coordenar “grupos”, enquanto a evolução se processa individualmente. O problema é, portanto, de cada um de nós, pois a mudança real somente acontece em nosso próprio íntimo e em decorrência de nossos próprios esforços. Não adianta lamentar que o nosso colega não estuda e não tem estrutura para estar em uma reunião mediúnica se nós mesmos também não fazemos a nossa parte. O equilíbrio é, primeiramente, individual. Somente equilibrados seremos capazes de ajudar no equilíbrio alheio, e, mesmo assim, a ajuda só é possível se o outro assim o quiser e o permitir.
Dessa forma, mais do que um alerta às Casas Espíritas, o congresso foi um uníssono de vozes em prol da conscientização individual. Para aqueles que acreditam que não há nada de novo no movimento, ficou a mensagem de que o novo só vem quando o velho não mais é necessário. E que se ainda ouvimos as mesmas orientações é porque a mensagem ainda não foi aprendida como deveria.
Em um evento com a participação de mais de duas mil pessoas, acreditamos ser impossível que nenhuma semente tenha sido plantada. Esperamos que todos nós, enquanto indivíduos e enquanto participantes de grupos mediúnicos e, portanto, responsáveis pelo bem-estar daqueles que compartilham a tarefa conosco, tenhamos verdadeiramente aprendido a lição e saibamos, de agora em diante, cuidar para que dessa semente nasça uma árvore capaz de dar somente bons frutos.

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