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terça-feira, 11 de outubro de 2011

OBSESSÃO ESPIRITUAL - PARTE 2 (FINAL)


O que a Mediunidade tem a ver com a Obsessão?
Raramente a mediunidade desenvolve-se espontaneamente e sem tropeços. Na grande maioria dos casos, ela começa com perturbações nervosas e mentais, próprias do estado inferior do encarnado ou que servem de advertência. Tais pessoas pelo geral são muito sensíveis e perturbam-se facilmente. As referidas perturbações, conquanto ligadas aos defeitos do sujeito, são provocadas pela influência de espíritos capazes de prejudicá-lo.
Quase todos os candidatos têm acompanhantes sofredores que são ou inconscientes da sua situação de desencarnados ou lúcidos vingadores querendo fazer justiça pelas próprias mãos. Assim, a obsessão é comumente a causa que leva a pessoa a desenvolver a mediunidade ao procurar auxílio num centro espírita.

IMPORTANTE: As obsessões podem ocorrer a
qualquer um que não se acautele,
mesmo que não seja médium.



Doenças de Natureza Espiritual
Observando-se o comportamento e as manifestações sintomáticas apresentadas por essa categoria de enfermos, o Codificador elaborou uma classificação das espiritopatias, levando em conta o grau de constrangimento fluídico imposto à criatura pelas entidades obsessoras.

I – Auto-Obsessão
Reflete as explosões de ódio, irritações momentâneas e cenas de ciúmes que se manifestam repentinamente, cessando logo depois, de modo a deixar a própria criatura atônita e envergonhada, sem explicações para o comportamento impensado.
É um processo puramente anímico, em que a própria mente em torvelinho gera um estado de desequilíbrio patológico. A propósito dessa possibilidade assim se expressou Kardec:
“É necessário dizer também, que se culpam, frequentemente, os Espíritos estranhos de danos dos quais são muito inocentes; certos estados doentios, e certas aberrações que se atribuem a uma causa oculta, por vezes, devem-se simplesmente ao Espírito do próprio indivíduo. As contrariedades, que mais comumente cada um concentra em si mesmo,  sobretudo os desgostos amorosos, fazem cometer muitos atos excêntricos que se estaria errado em levar à conta da obsessão. Freqüentemente pode ser-se obsessor de si próprio”.
(Allan Kardec – Obras Póstumas, item 58)

2 – Obsessão Simples e Física
A obsessão simples corresponde à fase inicial do processo propriamente dito, de forma que os sintomas são de pouca monta. Embora nessa fase a sintomatologia seja mais amena, o desconforto torna-se uma realidade, na medida em que o médium sente-se constrangido por um espírito que dele não se afasta e que se manifesta indevidamente em locais e horários impróprios, não permitindo que outras entidades espirituais dele se aproximem.
O constrangimento obsessivo simples pode ser considerado como um chamamento à responsabilidade que a prática da mediunidade requer.
Sem manifestações ostensivas, não visa alterar as faculdades mentais, porém age com sutileza, através de sugestões constantes, lentamente, mas de maneira sistemática, solapando as forças morais da vítima, tornando-a incapaz de reações salvadoras. Sob essa pressão magnética doentia, o assediado vê-se dono de uma tristeza enorme e de um desânimo avassalador, tornando-se apavorado perante a vida. Tudo lhe causa impressão de perigo e de desgraça iminente.
Já a obsessão física, decorre de mecanismos mais sofisticados e se caracteriza por manifestações de repercussão material, como os “raps”, os movimentos de objetos sem contato físico, as combustões espontâneas e os fenômenos ruidosos os mais variados.
Os obsessores, ou espíritos perturbadores, se aproveitam do ectoplasma do médium de efeitos físicos, no caso a própria vítima, e o perturbam com tais manifestações.

3 – Fascinação
É um estado de constrangimento mais bem acentuado e a sua principal característica é a ilusão produzida pelo próprio espírito desencarnado sobre                 o patrimônio mental da criatura, paralisando-lhe o raciocínio e impedindo-lhe o reconhecimento da doença.
Deflue de sutil ação hipnótica exercida pacientemente e de forma prolongada pelo obsessor, acarretando conseqüências bem mais graves. O enfermo, nesse caso, jamais se admite como tal, pois perde por completo o sendo de autocrítica.
O fascinado de uma maneira geral, se caracteriza pelo exagero de posições opiniáticas, resvalando para o radicalismo total. As idéias fanáticas, que lhe são sopradas, não lhe permitem aceitar contra-argumentações. A fascinação é sobejamente encontrada entre aqueles que se integram de corpo e alma nos movimentos político-partidários, bem como, entre os adeptos de algumas seitas religiosas.
O médium espírita acometido desse tipo de obsessão se constitui num dos mais sérios problemas enfrentados pela Doutrina.
Habitualmente, trata-se da presença de espíritos mais atilados e inteligentes, embora desprovidos de senso moral. Satisfazem a sua vaidade tola à custa de um médium também vaidoso e incapaz de se acreditar influenciado por um espírito enganador. O que dizem, fazem ou escrevem, quando mediunizados, tem força de lei e não pode ser contestado. Qualquer crítica construtiva é recebida como verdadeira agressão e simplesmente se afastam daqueles que, sinceramente, procuram-no alertar.
Os médiuns fascinados, quando não acudidos a tempo, evoluem para uma forma de constrangimento espiritual mais grave (a subjugação) sacrificando dolorosamente o mandato que lhes foi confiado por Deus.
Neste tipo de obsessão, além da sensibilidade mediúnica desequilibrada por desconhecimento e falta de evangelização, pressupõe-se ainda a existência de uma personalidade já deturpada, pelo menos nas fascinações que resultam em tragédias.

4 – Subjugação Moral e Corporal
É a fase mais avançada da enfermidade, ficando a criatura, totalmente à mercê dos espíritos obsessores. A sintomatologia se confunde, então, com as diversas manifestações clínicas das psicoses graves.
A subjugação, segundo Kardec, pode ser moral ou corporal. Na primeira contingência, a vítima encontra-se intensamente comprometida no seu patrimônio mento-afetivo, ocorrendo desorientação espaço-temporal, alucinações auditivas e visuais, indiferença pelos circunstantes, desinteresse pelo trabalho e profundo desprezo pela vida, culminando, às vezes, com idéias suicidas.
São manifestações sintomáticas perfeitamente compatíveis com as descrições das esquizofrenias ou das depressões acentuadas, além da tendência à cronificação, pela resposta insuficiente à terapêutica medicamentosa clássica.
Na subjugação corporal, os obsessores atuam diretamente sobre as estruturas motoras, impondo movimentos e atitudes involuntárias cuja finalidade não é outra senão a de expor a criatura ao ridículo. Incluam-se nessa contingência alguns casos de manifestações epileptiformes, chamadas de “essenciais” pela Medicina, em virtude de não registrarem anormalidades no traçado eletroencefalográfico.
Na maioria das vezes, as duas modalidades se acoplam e os enfermos apresentam os sinais e sintomas bem característicos dos transtornos psicóticos.

Quais os Métodos utilizados pelos Obsessores?
São vários os métodos e processos utilizados por perseguidores conscientes. Os mais comuns são o hipnotismo e a sugestão telepática.
Além desses, registra-se o roubo fluídico. Tal transgressão deixa o indivíduo exausto, leva-o ao desânimo. Poderia culminar na morte do médium, dependendo da persistência do atacante e da resistência orgânica do perseguido, levando-se em conta o fator tempo. Quanto mais cedo descoberta a fraude da entidade, explorando o médium obsediado, mais chances este teria de reação e restabelecimento.
Por sua vez, a hipnose se faz sentir principalmente na subjugação moral, quando o perseguido termina por perder sua vontade. Pode então, ser arrastado a um comportamento altamente lesivo, tornando-se cruel, despótico, capaz de cometer desmandos e até mesmo crimes.
Contudo, deve atentar-se para o fato de que, embora tenha havido perda da vontade, permanece a parcela de responsabilidade da vítima, pois dificilmente o Espírito subjugador conseguiria tais excessos junto de uma criatura evangelizada.
A hipnose faria vítimas também quando se tratasse de subjugação corporal ou física. Nesse caso, o perseguido seria levado a executar movimentos e gestos involuntários, como se fosse um teleguiado ou autômato.
Kardec cita o exemplo de um cidadão de sua época, o qual, em plena consciência, sentia-se obrigado a ajoelhar-se diante de mulheres que nem conhecia. Tido como louco, na realidade era vítima de subjugação corporal.
Aliás, para os doentes mentais, Instrutores do Espaço aconselham, ao lado do tratamento médico indispensável, a assistência espiritual nos bons núcleos doutrinários e a ação ordenada e inteligente do grupo familiar no sentido da evangelização de todos, além dos recursos da higienização mental, para promover a subida do padrão vibratório do lar.
Com estas medidas, com freqüência, consegue-se evitar em grande número de casos, um internamento definitivo do doente.
Lares evangelizados são fortalezas resistentes a esse tipo de ação obsessiva.
O Culto do Evangelho no Lar é recomendado também, por isso, a todas as famílias, em especial àquelas que abrigam já algum de seus membros em desequilíbrio.

Desobsessão e Responsabilidade Individual
Por se tratar de uma enfermidade de natureza espiritual, a investigação dos casos suspeitos é realizada dentro dos padrões clássicos propostos pelo Espiritismo e, obviamente, fundamentada no reconhecimento da ação do mundo invisível.
O diagnóstico de certeza é feito através da investigação espiritual propriamente dita, utilizando-se para isso, os recursos da mediunidade. Inicialmente obtém-se um relato pormenorizado de todos os sintomas e, numa segunda fase, afasta-se ou não, a possibilidade de uma causa orgânica. Isso nos parece de capital importância para que não incorramos no lamentável erro de confundirmos sintomas psíquicos, desencadeados por causas neurológicas, com manifestações obsessivas, visto que, na primeira condição, a conduta é única e exclusivamente da alçada médica.
Todo portador de influenciação espiritual negativa, principalmente o médium declarado, quando se sujeita aos imperativos da prática desobsessiva, deve estar atento para o cumprimento da parte que lhe compete no decorrer do tratamento preconizado. O nosso intuito é reforçar o aspecto particular do bom ânimo e do interesse individual, ressaltando a importância de tais iniciativas compensadoras, se devidamente valorizadas.
Por terapia espírita nós entendemos o conjunto de procedimentos doutrinários que englobam desde os trabalhos de desobsessão às orientações psico-pedagógicas a que as criaturas enfermas se submetem na busca de seu bem-estar espiritual, emocional e orgânico.
Tais procedimentos visam equacionar os desequilíbrios que se expressam sob a forma de neuroses desencadeadas pela própria individualidade diante das dificuldades corriqueiras, decepções sentimentais e frustrações as mais variadas. E objetivam também anular as influências de espíritos obsessores que habitualmente se empenham na perturbação dos médiuns.
Medida recomendável e de muito boa repercussão é o engajamento do paciente nos grupos assistenciais que lhe permitam o exercício continuado da caridade pura, como estímulo ao desenvolvimento da solidariedade cristã.
Esse é o conjunto de procedimentos intransferíveis que compete a cada qual executar, sem que se deixe abater pelo desânimo.
Os que compreenderem o valor desse esforço espontâneo, despendido no decorrer de um tratamento espiritual, estarão colaborando, decisivamente, para consolidar a sua cura e restaurar a harmonia tão almejada por todos.

(Aula ministrada por Ricardo de Moraes Faria, no dia 01/10/11, na FEJOG, em Vila Velha-ES)
(Texto adaptado do livro Transe e Mediunidade, de Lamartine Palhano Jr) 

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