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domingo, 28 de agosto de 2011

O ESPÍRITA E O CENTRO ESPÍRITA

A atividade espírita, seja no próprio aperfeiçoamento, quanto na sua relação com a casa espírita que frequenta, pode ser muito bem explicada a partir da interpretação trazida pelo autor Herculano Pires no livro O centro espírita.
Com a sua forma vigorosa e sem meias palavras de encarar a situação do movimento espírita, Herculano não poupa palavras quando a ideia é atacar o que ele chama de "igrejismo" crescente das casas espíritas. No entanto, suas palavras não se perdem no simples ataque à tudo aquilo que ele considera errado ou retrógrado. Sua filosofia quase poética nos oferece também uma dimensão muito maior da nossa situação enquanto espíritas, enquanto seres em pleno desenvolvimento, enquandrando o centro espírita como o local da prática de algo muito maior do que aquilo que pode ser simplesmente visto.
Transcrevemos abaixo trecho do livro O centro espírita, capítulo 2, para que possam apreciar a partir das palavras do próprio autor, a beleza poética que o espiritismo nos traz.


Nos planos inferiores dos reinos mineral e vegetal a vida é movimento e sensação, mas nos estágios intermediários da animalidade se converte em conquista e domínio, elevando-se no plano hominal à consciência de si mesma da busca da transcendência. Nesse plano, o ser humano assume a responsabilidade da busca e só existe realmente superando as fases inconscientes do seu desenvolvimento, na medida exata em que sabe o que quer e porque o quer.
Esse “o que” e esse “porque” têm então de superar-se a si mesmo na conquista do “como”, ou seja: de que maneira poderá continuar a elevar-se. Assim como a conquista material do plano animal se transforma na conquista do conhecimento de si mesmo e do seu destino transcendente, todas as demais atividades do homem levam à consciência, o que dá ao ser a sua unidade. Consciente dessa unidade interna, o homem supera então a multiplicidade da sua própria estrutura e do mundo. Revela-se nele a centelha divina da sua origem espiritual. Ele compreende que é espírito e que esse espírito não pode desfazer-se com a morte, pois a sua essência é indestrutível e eterna. Esse é o momento espírita da redenção, em que o espírita capta a sua imortalidade em sua própria consciência e muda a maneira de ser diante do mundo ilusório e transitório.
Desse momento em diante o espírito se integra no Centro Espírita, liga-se a ele, não como um serviçal, mas como o próprio serviço. A multiplicidade dos serviços do Centro adquire em sua consciência a mesma unidade conquistada por esta. Ao mesmo tempo, a visão da unidade existencial, em que todos os serviços se fundem no serviço único da Humanidade, desperta nele o sentimento e a compreensão do seu dever único – servir a Deus no serviço ao próximo.
Tudo o que ele fizer, dali por diante, será um fazer universal, não ligado a ele ou ao Centro, não confinado na sua pessoa e no seu grupo, nem mesmo restrito ao meio espírita, mas naturalmente extensivo a toda a Humanidade.

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